O escritório MVRDV venceu o concurso para projetar a nova biblioteca de Wuhan, planejada para se tornar uma das maiores da China. O projeto de grande escala oferecerá uma variedade de ambientes de estudo e espaços de leitura e se conectará ao seu entorno por meio de três grandes aberturas. Com mais de 140 mil metros quadrados, o edifício adapta sua volumetria de acordo com a confluência dos dois principais rios de Wuhan.
Localizada no Distrito Empresarial Central de Wuhan, a biblioteca vai além da literatura e dos serviços de informação, oferecendo a seus visitantes acesso a informações científicas e tecnológicas e recursos de pesquisa. A estrutura também visa se tornar um espaço aberto e convidativo para qualquer pessoa. A forma dos edifícios segue a geografia de Wuhan, enquanto as grandes aberturas chamam a atenção para algumas das principais características do entorno: uma janela baixa e larga oferece uma vista panorâmica do parque próximo, enquanto a janela curva abraça a praça adjacente e cria uma conexão entre o interior e o exterior.
Os espaços internos também são influenciados pela paisagem formada na confluência dos rios. Terraços escalonados sobre livros remetem a desfiladeiros escultóricos, e amplos espaços no pavimento térreo permitem que as vias de circulação pública fluam através do edifício. Os espaços tipo pavilhão nos terraços abrigam os diferentes programas da biblioteca, com áreas de leitura tranquilas e espaços de estudo em grupo que moldam a topografia das estantes. O "cânion de leitura" central torna-se assim o espaço central que une todos os aspectos do edifício.
Várias medidas são tomadas para reduzir o consumo de energia no clima quente de Wuhan. A fachada do edifício incorpora brises em "um padrão semelhante a uma estante". Estes brises são mais compactos nas áreas que precisam de mais sombra. Os balanços também fornecem sombra, enquanto os elementos de abertura permitem a ventilação natural. Painéis solares são incorporados à forma do telhado flutuante da biblioteca para fornecer energia renovável ao edifício. Os espaços externos são ajardinados com árvores altas para fornecer resfriamento, enquanto as principais áreas públicas são sombreadas pelo canto noroeste do edifício. Utilizando espécies nativas da vegetação, as necessidades de manutenção são reduzidas ao mínimo.
Ao entrar, certos elementos da paisagem se juntam. Há uma série de platôs que podem ser usados para estudar. Quanto mais alto você for, mais silenciosos serão os espaços de estudo e leitura, atendendo às necessidades dos visitantes. A topografia de Wuhan foi uma importante fonte de inspiração: temos esta ideia de uma vista horizontal para os lagos, e por outro lado, temos uma vista mais vertical para a cidade com as altas elevações. Isto é natureza contra a cidade, e o edifício de alguma forma se concentra nisto, se tornando um lugar excitante para se reunir. - Jacob van Rijs, sócio fundador da MVRDV
Esta não é a primeira biblioteca que a MVRDV projetou para a China. Em 2017, a Biblioteca Tianjin Binhai abriu ao público um centro cultural de 33.700 m² com um auditório esférico luminoso ao redor do qual se encontra uma cascata de estantes de livros do piso ao teto. Em 2021, a MVRDV também concluiu a Fábrica de Ideias, uma transformação de um antigo edifício fabril na vila urbana de Shenzhen, em Nantou, China. A intervenção reutiliza e melhora o edifício em vez de demoli-lo e reconstruí-lo.